terça-feira, fevereiro 19

Orixás: conhecendo Omolú e seus filhos

O orixá é conhecido como Obaluaiê no Candomblé, como Obaluaê na Umbanda, como Xapanã no Batuque. Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda, não devendo ser mencionado pois pode atrair a doença inesperadamente. Omolú/Obaluaiê é filho de Nanã, irmão de Oxumarê e sua figura é cercada de mistérios. A Ele é atribuído o controle sobre todas as doenças, especialmente as epidêmicas. Omolú/Obaluaiê é o senhor das doenças, é o orixá da renovação dos espíritos, senhor dos mortos e regente dos cemitérios; considerado o campo santo entre o mundo material e o mundo espiritual. O poderoso orixá tem tanto o poder de causar a doença como pode possibilitar a cura do mesmo mal que criou. O Culto a Omolú/Obaluaiê Tem como emblema o Xaxará (Sàsàrà), espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como “varre” as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta representação nos mostra sua ligação a terra. Sua vestimenta é um elemento de grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados a morte e o sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto: Omolú/Obaluaiê se veste de ìkoa, que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha-da-costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam da cintura, o Azé , seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por baixo desta saia vai um Xokotô, espécie de calça, também chamado “cauçulú“, em que oculta o mistério da morte e do renascimento. Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a morte. Na Festa de Omolú/Obaluaiê, o Olubajé, a dança é o opanijé em sua festa anual em 16 de Agosto. O Olubajé é a festa anual em homenagem a Obaluaiê, onde as comidas são servidas na folha de mamona. Relembrando um itan (mito) onde todos os orixás para se acertarem com Obaluaiê, por motivos de ter sido chacoteado numa festividade feita por Xangô por sua maneira de dançar. A origem da palavra é a língua yorubá, onde significa “aceitar comer” (opa – aceita), (nijé – comer). Sua dança o orixá dança curvado para frente, como que atormentado por dores, e imitam seu sofrimento, coceiras e tremores de febre. Omolú/Obaluaiê é comemorado em 16 de Agosto devido ao sincretismo com São Roque É sincretizado como São Roque na forma de Obaluaiê, o jovem. Na forma mais velha de Omulú, é sincretizado como São Lázaro. Omulú é sincretizado com São Roque, que é um santo da Igreja Católica, protetor contra a peste e padroeiro dos inválidos e cirurgiões. A sua popularidade, devido à intercessão contra a peste, é grande sendo protetor de múltiplas comunidades em todo o mundo católico e padroeiro de diversas profissões ligadas à medicina, ao tratamento de animais e dos seus produtos e aos cães. Nessa festividade, todos os orixás participam, com exceção de Xangô e principalmente Ossaim, Oxumarê, Nanã, que são de sua família. Iansã tem papel importante por ser ela que ajuda no ritual de limpeza e trazer para o barracão de festas a esteira, sobre a qual serão colocadas as comidas. Olubajé é ritual especifico para o orixá Obaluaiê, indispensável nos terreiros de candomblé, no sentido de prolongar a vida e trazer saúde a todos os filhos e participantes do axé. No encerramento deste rito é oferecido no mínimo nove iguarias da culinária afro-brasileira chamada de comida ritual pertinente a vários orixás, simbolizando a Vida, sobre uma folha chamada “Ewe Ilará” conhecida popularmente como mamona assassina, altamente venenosa simbolizando a Morte (iku). No candomblé quando se toca o Opanijé e os crentes aproveitam este momento para pedir saúde e longevidade. O orixá dança numa representação simbólica, mostrando sua ligação com os mortos (Ikú) e o seu domínio sobre a terra. O dia da semana cosnagrado a Obaluaiê é segunda-feira e a saudação é ATOTÔ! Suas cores são o preto e o amarelo, ou marrom escuro e amarelo e o vermelho. Lenda de Omolú/Obaluaiê "Doente e com o corpo coberto de feridas, Omolú retorna para aldeia onde nasceu e encontra todos os orixás em festa, mas envergonhado de seu aspecto não entra na festa e fica escondido observando os orixás. Ogum percebe que Omolú não veio dançar e compreende a razão, e resolve ir para o mato fazer um capuz de palha da costa para cobrir Omolú da cabeça aos pés. Feito isto, Omolú entrou na festa, mas mesmo assim não dançava com os orixás. Foi quando Iansã se aproxima e com seu vento sopra a roupa de palha de Omolú e suas feridas pulam para o alto e se transformam numa chuva de pipoca e todos vêem Omolú como um rapaz bonito, sadio e brilhante como Sol". A Pipoca é a oferenda principal de Omolú/Obaluaiê Os devotos de Omolú/Obaluaiê lhe atribuem curas milagrosas, realizando oferendas de pipocas, o deburu ou doburu, em sua homenagem ou jogando-as sobre o doente como descarrego. Doburu é a comida ritual mais apreciada pelos orixás Obaluaiêe Omolú. É o milho de pipoca estourado em uma panela, em alguns lugares com óleo. Ao final, a pipoca é colocada em um alguidar (vasilha de barro) e enfeitada com pedacinhos de côco. CARACTERISTICAS DOS FILHOS DE OMILÚ A característica mais notável dos filhos de Omolú/Obaluaiê é que seus eles parecem ter mais idade do que realmente têm por conta da entidade ser mais velha e agem como se tivessem uma idade bastante avançada. Os filhos de Omolú/Obaluaiê são doces, mas reclamões, tendem ao mau-humor. Quando querem, fazem e ajudam a todos sem acepção. Os filhos deste orixá sofrem com muitos problemas de saúde que se arrastam por anos, geralmente desde criança ou desde o nascimento. São fiéis, dedicados e amigos de verdade. Podem ter premonições e seus filhos tem um pensamento de pessoas maduras, o que os ajuda a não agirem como crianças, ou serem irresponsáveis. Gostam da ordem e disciplina. Todos os orixás tem uma erva correspondente para defumação. A de Omolú é a Manjerona, a vassoura preta, figueira e folhas de lentilha e folhas de guiné. Fé! e Axé! pra você.

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